“For Make no Mistake”- We can do it like Bush did Versão para impressão
Sábado, 19 Dezembro 2009

Extracto do Discuro de Obama – Oslo – Cerimónia de entrega do Nobel.

Não me darei ao trabalho de analisar a quão estapafúrdia é a ideia e a base argumentaria que faz com que se compare a guerra ao terrorismo com a vitória sobre as tropas de Hitler na II Guerra Mundial.

Se o orador não fosse o Presidente dos Estados Unidos da América já teria sido acusado de populismo, mas isso é outra conversa.

Dito isto, o interessante é ver como num espaço de um ano Barack Obama conseguiu  mudar tanto na política internacional que tudo ficou na mesma.

A prisão de Guantanamo, que tanto chocava Obama, pelo menos durante a sua campanha não encerrará em Janeiro de 2010, ao contrário do garantido durante a campanha, por razões “administrativas”. Um dos maiores marcos de desrespeito dos direitos humanos, erguido durante a era Bush Jr, onde estão dezenas de pessoas que não tiveram o direito a julgamento, continuará aberto e em funcionamento, sem data prevista para encerramento. 

Entretanto esta semana a administração americana ordenou a aquisição de uma prisão no Ilinois para transferir entre 35 a 90 detidos num total de 210.

Enquanto que os restantes não sairão de Guantanamo nem serão transferidos para os seus países de origem, porquê? “Por ser difícil encontrar países terceiros dispostos a receber estes homens, que correm o risco de serem perseguidos se enviados para os países de origem”.

Pois claro, mas serão perseguidos por quem? Se está provado que na sua maioria foram capturados sem qualquer critério, violando todo o tipo de direitos e legislação internacional; Se não existe razão para os levar a julgamento, dai a abertura para a extradição, então serão perseguidos porquê?

No Iraque os EUA manterão 150’000 soldados americanos até Agosto de 2010, estando previsto para depois disso a redução para 50’000 soldados. O suficiente para a burguesia americana garantir a exploração de todo o Gás e Petróleo do país, prosseguir calmamente o seu processo de acumulação de capital e de linchamento de todos os recursos energéticos de um país estrangeiro.  

A ocupação no Afeganistão, que passou novamente para o topo da agenda internacional, levará um reforço por parte das tropas da NATO, onde infelizmente Portugal também participa. Se por um lado não se combate a Al Qaeda - que há muito se deslocou as suas células para outros países – por outro dá-se cobertura a um governo de narcotraficantes que não goza de apoio popular, e que foi eleito, por duas vezes, em sufrágios nada transparentes.

A ocupação militar e económica tanto do Afeganistão como do Iraque têm o único propósito de garantirem a influência imperial dos EUA e seus aliados na zona, seja na exploração dos recursos naturais ou no domínio da geopolítica.

Obama e a sua administração representam a esperança que o imperialismo americano mais necessitava: consegue conjugar a continuidade da política belicista dos governos anteriores - que permitem a continuidade do processo de acumulação da economia americana, a permanência da guerra preventiva e do unilateralismo – com uma embalagem de bom diplomata, fazendo com que muito moderassem as suas posições em relação à política externa dos EUA, e lhe tivessem perdido o espírito crítico com que confrontavam Bush.

Fabian Figueiredo

 

 

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