Assumir os compromissos: a escolha do Bloco |
Domingo, 06 Setembro 2009 | |||
Na atitude, também há uma diferença
fundamental entre o Bloco de Esquerda e os partidos do centro, o PS e
o PSD: a fidelidade aos compromissos.
Artigo de Carlos Santos Manuela Ferreira Leite promete, no programa eleitoral do PSD: promover "a motivação e valorização dos funcionários públicos". Para quem congelou os salários dos funcionários públicos quando estava no governo e para um partido que fez do despedimento maciço de funcionários públicos um objectivo político, já se sabe o que significa a promessa: nada. Quando Sócrates se compromete, no programa do PS, a "continuar a combater os falsos recibos verdes, eliminando-os definitivamente no Estado" também já sabemos que só significará mais uma promessa para não cumprir. Aliás, seria risível se não fosse chocante que um partido que está no governo e até tem falsos recibos verdes na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) prometa "continuar a combater os falsos recibos verdes". Em relação ao que se diz e se faz, vai uma grande distância entre Bloco e PS e PSD, ao contrário destes partidos o Bloco assume os compromissos. Como assinala o programa do Bloco, as políticas que defende "são um compromisso com os eleitores, e será esse compromisso - e só ele - que determinará a actuação do Bloco no parlamento como no país". E as pessoas sabem porque a prova já foi feita. Ao contrário da Refundação Comunista de Itália que aceitou integrar o governo Prodi, "esquecendo" a defesa dos serviços públicos e da segurança social, o Bloco não aceitou viabilizar o "orçamento limiano" ao governo Guterres em 2000. Após as eleições, poderemos vir a ter um governo de bloco central, as diferenças entre PS e PSD nem são profundas, mas será impossível vermos o Bloco apoiar um qualquer governo PS. As diferenças programáticas são de essência e o Bloco é um partido que luta pelo poder, mas não troca um programa por um "arranjo" governamental. Carlos Santos
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