A violência do despedimento colectivo Versão para impressão
Segunda, 13 Julho 2009
Parto da minha experiência enquanto sindicalista, para denunciar a violência de ir para o desemprego, na forma particular do Despedimento Colectivo, que mais fácil ainda se tornou com o actual Código do Trabalho/ Vieira da Silva.
Artigo de Francisco Alves

Fui chamado a intervir directamente enquanto "perito"* em 8 Processos negociais de intenção de despedimento colectivo, desde Setembro/2008 até hoje. Entreposto de Lisboa; Bortex; Siemens & Efacec; Barloworld Stet; Barloworld Serviços; Euronadel; Renault Chelas e novamente Entreposto Lisboa que inicialmente envolveram 344 Trabalhadores e dos quais 333 foram efectivamente despedidos."Salvaram-se" somente 11 trabalhadores.

É só uma pequena amostra do que no mundo laboral se passa e acontece a milhares de trabalhadores com vinculo efectivo. E leva a concluir que, de uma forma ou doutra, somos todos precários.

A acrescentar a esta insegurança permanente, verificámos a "limpeza" que o patronato aproveita para fazer às estruturas representativas dos trabalhadores.

Só nos casos mencionados foram postos na rua 15 delegados sindicais e membros de Comissões de Trabalhadores.

É preciso pôr cobro a esta manobra patronal!

De referir que à excepção de uma pequena e média empresa, as restantes pertencem a grandes grupos económicos nacionais ou a multinacionais. Pelo que o problema não é dinheiro, pois no Grupo Barloworld os trabalhadores despedidos receberam na compensação a que tiveram direito uma verba de comparticipação dos lucros.

Quero ainda salientar o «papel de embrulho» que o Ministério do Trabalho/Governo tem nestes processos, onde nada faz!

Esta realidade contraria em absoluto as " dificuldades em despedir " que o Patronato e os Governos que os ouvem, tanto apregoam.

Tudo isto vem a propósito da urgência que há em dar resposta a este gravíssimo problema do desemprego, que afecta já mais de 600 mil trabalhadores e respectivas famílias em Portugal.

É a isto que o Programa Eleitoral do Bloco de Esquerda para as legislativas de 27 Setembro próximo dá corpo e prioridade.

No meu entender responde também de forma cabal às "Exigências dos Trabalhadores aos Partidos", que a CGTP apresentou publicamente no passado dia 2 de Julho.

É com Politicas Socialistas que nos apresentamos e que queremos aplicar, para deste modo responder à crise e dar a volta a isto!

Francisco Alves - dirigente sindical

* Perito é o termo utilizado no Código do Trabalho.

 

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