O Bloco de Esquerda alcançou uma grande vitória nas eleições europeias. Uma vitória numa conjuntura de grave crise, depois de quatro anos de governação Sócrates que frustraram as esperanças de quem nele votou para uma governação diferente do que tinham sido os governos de Barroso e Santana Lopes.
Para esta vitória há três aspectos da política do Bloco que é bom realçar.

Artigo de Carlos Santos

O Bloco de Esquerda nasceu como oposição ao centrão, aos governos do PSD e do PS que seguiram uma política semelhante, que agravou as injustiças e as desigualdades sociais.

Nunca o Bloco de Esquerda oscilou no combate à política da "terceira via", que foi fortemente rejeitada pelo eleitorado nestas europeias. Beneficiou com essa posição coerente e firme.

Em segundo lugar, o Bloco colocou no centro do seu combate a defesa dos serviços públicos e da paz no mundo. No tempo de Barroso, afirmou-se pela oposição consequente à guerra do Iraque e ao envolvimento do governo português nela. Nos últimos quatro anos, granjeou apoio e simpatia na defesa dos serviços públicos, por onde passaram algumas das mais nefastas políticas do governo Sócrates.

Em terceiro lugar, o Bloco teve sempre uma política ampla de unidade. Na luta pela despenalização do aborto procurou ajudar na construção das mais amplas alianças, essa perspectiva foi importante para a vitória do Sim no referendo. Na oposição à política do governo Sócrates, sempre fomentou a mais ampla unidade na oposição às medidas do governo. E, contribuiu mesmo para iniciar um debate aberto entre diferentes esquerdas, na busca de um caminho para uma alternativa à esquerda à política do centrão.

Das europeias às legislativas vão apenas três meses, um curto período em que muito ainda se vai jogar na luta política.

Os três aspectos da política do Bloco acima referidos dão toda a esperança, para que nas batalhas eleitorais que se avizinham a vitória conseguida nas europeias se possa consolidar.

Carlos Santos