Itália criminaliza imigração “ilegal” |
Segunda, 18 Maio 2009 | |||
De há algum tempo que a Europa
democrática, dos direitos humanos, fraternal, civilizadora, se tem
vindo a fechar numa fortaleza, fazendo-nos lembrar tempos antigos,
guardados pela história, com servos e senhores.
Também não é de agora que essa mesma Europa procura associar a imigração à criminalidade, responsabilizando-a e induzindo as populações a isso (o desespero das consequências da crise tendem a quebrar os laços da solidariedade), pela criminalidade e maleitas de que padece. Exemplos disso são as politicas para a imigração que tem adoptado: O Pacto Sarkozy - Berlusconi e a tão contestada Directiva de Retorno, mais conhecida por Directiva da Vergonha, entre outras, acompanhadas na prática da perseguição, enclausuramento e expulsão arbitraria dos imigrantes. Em tempo de crise, essa Europa não se importa de espezinhar valores que ela própria tanto apregoou e incentivou a seguir: democracia, liberdade, fraternidade, dignidade, direitos... Pegando no mote, a Itália de Berlusconi, saiu na frente pretendendo ser o campeão da xenofobia que assola a Europa. Duma assentada expulsa ilegalmente 500 imigrantes para a Líbia, tendo Roberto Maroni (ministro da administração interna italiano) considerado isso "um avanço na luta contra a imigração ilegal", ignorando os princípios democráticos e os compromissos assumidos no que se refere aos direitos fundamentais. Por sua vez, essa figura ímpar que dá pelo nome de Berlusconi, figura que pela sua postura xenófoba e racista em relação a imigração se equipara a Robert Mugabe no Zimbabué, considera que estas expulsões "não violam os acordos internacionais e estão de acordo com as normas Europeias". Já em 2004/2005 o Parlamento Europeu condenara a Itália por fazer expulsões massivas também para a Líbia, país não signatário da convenção de Genebra sobre os Refugiados, que não tem uma politica de asilo e é famoso pela violência, tortura e deportações. Entretanto, o Parlamento Italiano aprova uma lei que criminaliza os imigrantes, impondo multas a imigrantes "ilegais" que requeiram a autorização de residência e penas de prisão para quem ultrapassar os prazos de permanência e cria controvérsia ao levantar a proibição de impedir os médicos e trabalhadores hospitalares de denunciarem imigrantes "ilegais" que recorram aos seus serviços, salvo quando tenha sido cometido um crime. Nesse sentido, A 5 de Fevereiro último, aprova uma medida que obriga esses trabalhadores da saúde, a denunciarem os imigrantes "ilegais", transformando-os assim em autênticos espiões/delatores, o que estes têm vindo a recusar. O que se torna também imperioso recusar com veemência é este e todos os Berlusconis que se pavoneiam por esta Europa (e não só) e as suas politicas, responsabilizando os imigrantes pela crise por eles (Berlusconis) provocada, qual ladrão que correndo a frente dos seus perseguidores estica o dedo gritando também agarra ladrão. É recusar esta Europa cada vez mais perigosa, não só para os imigrantes mas para os povos. Lisboa 16/05/2009 Jorge Silva (Juca)
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