Pagar o défice com sangue humano Versão para impressão
Domingo, 07 Fevereiro 2010

Em Portugal discute-se o orçamento de estado num clima de tensão imposto pela ameaça do governo de abandonar funções caso a oposição não se sujeite à sua vontade. Em nome do cumprimento de 3% do défice, imposto pelo pacto de estabilidade e crescimento, José Sócrates e Teixeira dos Santos estão dispostos a aumentar impostos e a baixar salários mas recusam-se a discutir os pagamentos à banca. O governo PS nem quer ouvir falar de medidas alternativas, mesmo que estas ajudem os portugueses a sobreviver à crise, tal a insegurança que sentem por terem perdido o poder absoluto.

Por toda a Europa os trabalhadores e os mais pobres são os que menos apoio têm dos seus governos.

No final do ano passado soubemos que vários funcionários da France Telecom se suicidaram por causa da pressão que o longo período de reestruturação da empresa, que inclui a redução do quadro de efectivos, causa. Já este ano soubemos que na Grécia são muitos os suicídios de pessoas que não conseguem pagar as suas dívidas aos bancos. Em Portugal ainda não sabemos se o desespero fará aumentar o número de suicídios, mas num seminário sobre «Isolamento e Suicídio», citado pela Lusa, conclui-se que a crise económica é já responsável por quadros depressivos que se notam na população portuguesa e que possíveis comportamentos autodestrutivos, de que o suicídio é a forma mais grave, surgem num contexto de desespero e de descrença em que não se conseguem resolver os problemas, e estes são uma das principais consequências do desemprego.  este ano soubemos que na Grécia são muitos os suicídios de pessoas que não conseguem pagar as suas dívidas aos bancos. Em Portugal ainda não sabemos.

Os governos da Europa, os dirigentes europeus e das organizações económicas e financeiras internacionais não comentam estas vítimas e parecem não se preocupar com o facto dos défices estarem a ser pagos com sangue humano.

São precisas alternativas de coragem e esperança. São essenciais políticas sociais que protejam as pessoas e que acabem com as injustiças. 

Ana Cansado

 

 

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