Que futuro para os jovens estudantes do secundário? Versão para impressão
Quarta, 01 Dezembro 2010

O Governo vigente foi o que mais contribuiu para a degradação do ensino em Portugal, é um facto irrefutável.

Artigo de André Rei

Com a retirada da mítica ministra Maria de Lurdes Rodrigues do Ministério da Educação e com a chegada inocente de Isabel Alçada, nada mudou senão para um patamar inferior e lastimável.

Apresenta-se assim, no topo da lista de prioridades do Partido “Socialista”, os valores triunfais de Portugal nas estatísticas da União Europeia. É importante, sem dúvida, que a visão do nosso país seja agradável no exterior, mas o Governo decidiu dar um passo maior do que a sua perna, deixando de parte todo um trajecto a percorrer de forma a melhorar efectivamente a Educação. A opinião externa, à qual é dada tanta relevância, não poderia estar mais errada. Estamos longe das metas verdadeiramente socialistas no Ensino, das quais nos possamos realmente vangloriar.

 Se no primeiro mandato do PS toda a população assistiu a um atentado contra o Ensino e a Escola Pública, a reeleição só o veio tornar permanente e mais preocupante. Numa primeira ofensiva, avançou o Ministério da Educação com um bombardeamento de um Novo Estatuto do Aluno e novo regime de faltas. A crítica generalizada a estes documentos, quer no Parlamento quer por Professores, Pais e Alunos, levou à alteração dos mesmos, revelando unicamente uma falta de estudo e atenção na sua redacção.

Pois é despreocupação que o Ministério da Educação tem revelado. Quer fazer tudo mas no mais curto espaço de tempo possível, atrevendo-se ainda a não admitir erros mais que visíveis. O mesmo pode ser observado no Modelo de Avaliação dos Professores, elaborado exactamente nas mesmas condições e que, por isso, veio a ser chumbado por toda a opinião pública e ficou sem efeito para o ano lectivo corrente.

 Lançadas as primeiras bombas, os ataques contam agora com o apoio do Ministério das Finanças. Os sucessivos Programas de Estabilidade e Crescimento (PEC), só vieram desestabilizar e impedir o crescimento, aos mais diversos níveis. Na Educação, reflectiram-se nos cortes na acção social, na deterioração das condições materiais e humanas nas escolas e na privatização dos serviços escolares. Para além disso, os cortes de 5% no salário dos funcionários públicos só contribuíram mais ainda para os problemas de muitas famílias, pois os preços dos manuais escolares continuam a atingir preços absurdos. Onde está a Bolsa de Manuais Escolares, cuja criação foi aprovada no Parlamento?

Como podemos nós, jovens estudantes, crescer com cultura e com competências que nos permitam ter um bom futuro profissional se estamos condenados a estudar num país em que a escola parece cada vez mais um inimigo do governo?

Um governo que ataca a democracia na escola, contribuindo cada vez mais para um fosso enorme entre ricos e pobres.

 

 

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