Do Irão à justiça internacional Versão para impressão
Quarta, 30 Novembro 2011

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O governo britânico apelou “ao governo do Irão para que cumpra a legislação internacional e garanta a segurança do pessoal e das instalações diplomáticas no seu território”. Ora aí está uma boa reivindicação, o governo britânico exija que se cumpra aquilo que ele nunca cumpriu: a legislação internacional.

Outra coisa que o governo britânico nunca exigiu foi que Israel, e outros seus aliados, cumprissem a legislação internacional. As resoluções da ONU sobre a Palestina são disso um bom exemplo.

Da longa história de violações do direito e legislação internacional protagonizadas pelo imperialismo britânico há algumas, mais recentes, que merecem referência: a guerra lançada contra a então Jugoslávia, em 1999, foi uma decisão da NATO e não do Conselho de Segurança da ONU. O mesmo aconteceu com a invasão do Afeganistão. A 2ª invasão do Iraque, em 2003, foi uma decisão de um grupo de países e nem sequer foi decisão da NATO, o Conselho de Segurança apenas votou uma resolução reconhecendo a ocupação.

Os exemplos citados mostram que o imperialismo britânico não terá dificuldades em voltar a violar a legislação e o direito internacional para participar num ataque ao Irão. Actualmente estamos na fase das sanções, da acção infiltrada dos famosos serviços secretos MI5, da tentativa de desestabilização por dentro do regime feudal de Teerão, da tentativa de cerco diplomático dificultada pela agressão contínua de Israel na Palestina.

Na hipocrisia da justiça e do direito internacional somam-se violações contínuas. Os capacetes azuis da ONU foram responsabilizados por violações, exploração sexual e pedofilia na República do Congo; no Kosovo participaram em redes de prostituição de mulheres e na Costa do Marfim abusaram sexualmente de crianças em troca de alimentos. Os “responsáveis pela paz no mundo” são ainda acusados de variadas violações de direitos humanos em variados outros países de África e da América Latina.

Submetida aos ditames do imperialismo não admira que os seus secretários-gerais sejam bonecos de enfeitar colocados por Washington. Eles fazem e fizeram companhia a John Bolton, nomeado por Bush, em 2005, o “falcão” que afirmava que não existia direito internacional. Fizeram companhia ao Sudão que – em plena campanha de massacres étnicos -, foi, em 2004, eleito para presidir à Comissão de Direitos Humanos da ONU sucedendo a outro “grande país defensor dos direitos humanos”: a Líbia.

Se os povos esperam que o imperialismo e as suas instituições lhes guardem a paz “podem esperar sentados”. A paz só pode estar, mesmo, nas mãos dos povos – nas nossas mãos!

Victor Franco

 

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