«No Tempo das Borboletas» |
Domingo, 24 Novembro 2013 | |||
Este ano o 25 de Novembro calha na segunda-feira, mas ao longo do fim de semana em Portugal e em todo o mundo vão ocorrer diversas iniciativas para lembrar o Dia Internacional de Luta contra a Violência sobre as Mulheres. Em 1999, quando li "No Tempo das Borboletas" de Julia Alvarez (Bertrand Editora) estava longe de saber que a história das irmãs Mirabal mortas a 25 de Novembro de 1960 estava na origem do dia que assinala aquilo que é a segunda causa de morte em todo o mundo. Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal assim se chamavam as três jovens activistas dominicanas na luta contra a ditadura de Trujillo. Os seus corpos foram encontrados junto ao seu jipe no fundo de uma escarpa de 45 metros de altura na costa norte da República Dominicana, em resultado de um atentado a mando da ditadura, mas oficialmente, a imprensa afecta ao regime noticiou o facto como um acidente. As irmãs Mirabal eram conhecidas como Las Mariposas – as Borboletas – e mesmo apesar da falsidade que envolveu a sua morte, elas e a sua luta não foram esquecidas e em 1981, durante o I Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, realizado em Bogotá, na Colômbia, o dia 25 de novembro foi designado como Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, em homenagem a elas. Em Março de 1999 a ONU reconheceu a data que passou a ser comemorada em todo o mundo como Dia Internacional pela Eliminação da Violência sobre a Mulher. De modo a dar visibilidade ao problema, a pressionar governos e a sociedade em geral para a necessidade de um envolvimento político e de cidadania para combater a violência de género, as feministas e as organizações de defesa dos direitos das mulheres desenvolvem acções centradas na problemática da violência nas suas mais diversas formas entre o dia 25 de Novembro e o dia 10 de Dezembro: são os 16 Dias de Activismo contra a Violência de Género. A violência mata. A violência não é só agressão física. A violência são as nódoas negras que não se vêem mas que fazem as mulheres sentirem-se lixo. A violência gera depressão, ansiedade, perda de auto-estima. A violência traz malefícios para toda a sociedade: mulheres e homens. A violência é um problema que obriga a um sobressalto social, ao envolvimento cidadão, porque mesmo que não me toque a mim, o facto de saber que toca à minha vizinha, à minha amiga, à minha irmã, toca-me a mim também. Enquanto houver mulheres batidas, maltratadas, violadas, perseguidas, assassinadas, não podemos assobiar para o lado e fazer de conta que nada acontece. As mulheres não querem ser vítimas. Querem ser tratadas com seres humanos. Querem ser tratadas com dignidade. Enquanto isso não acontecer, estaremos a lembrar à sociedade que estamos cá para denunciar, para dizer que basta uma mulher maltratada para continuar a assinalar o 25 de Novembro, o tal dia em que mulheres que lutavam pela justiça social foram mortas pelo poder opressor que recusa a ideia de que as pessoas – mulheres e/ou homens – são sujeitos de direitos e como tal têm de ser respeitados quer seja pelo Estado, quer pelos governos, quer pela sociedade, quer pelo companheiro ou familiar. Almerinda Bento
Violência de género na Europa - Artigo de Vânia Martins O machismo mata - Artigo de Ana Pontón, deputada do Bloco Nacionalista Galego Feministas de Europa, unídevos! - Artigo de Paula Vázquez Verao, responsavel de Organização de Anova (Galiza) A luta por autonomia e o caso brasileiro - Artigo de Carolina Peters, Partido Socialismo e Liberdade (Brasil)
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A Comuna 33 e 34
A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil" | Editorial | ISSUU | PDF
A Comuna 33 (I semestre 2015) "Feminismo em Ação" | ISSUU | PDF | Revistas anteriores
Karl Marx